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Cannabis medicinal brasileiro: um novo cenário de investimentos para empresas e startups

Com o objetivo de trazer acessibilidade ao tratamento com cannabis medicinal, seja por meio de informação, suporte na importação e redução de preços para um padrão farmacêutico, a empresa ReMederi propõe uma curadoria internacional para trazer ao Brasil informação e o que há de mais eficiente neste tipo de tratamento, sempre obedecendo a legislação local.

Investimento na área da saúde cresce

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou em Fevereiro de 2020 os dados do setor de saúde privada referentes ao mês de Dezembro de 2019 – o setor totalizou 47.039.728 beneficiários em planos de assistência médica em todo o Brasil.

Esses números são verdadeiros chamativos para empresas que desejam investir na área. Entenda mais! Em 2020, os investimentos na área da saúde batem recorde no terceiro trimestre.

Conforme o relatório da CB Insights, as empresas privadas de saúde alcançaram um novo recorde trimestral de US$ 21,8 bilhões de dólares em financiamento. Em conjunto, a mesma pesquisa mostra que as startups no segmento arrecadaram quase US$ 2 bilhões no mesmo período de pesquisa, representando um aumento de 40%.

Essa pesquisa é o reflexo do interesse crescente de empresas, investidores e startups que buscam democratizar o acesso à saúde privada, para que assim, seja oferecido uma rede de cobertura que atinja um público de forma mais abrangente e com preços mais competitivos, assim como, com o uso da Cannabis em forma de tratamento médico.

A importância da ReMederi no Brasil

A expectativa da empresa ReMederi é conseguir uma redução de preços no tratamento com produtos de padrão farmacêutico de aproximadamente 65%, e em conjunto uma conscientização dos profissionais de saúde e pacientes, que ainda apresentam recusa e nada adeptos ao uso da Cannabis como medicalização. A ReMederi tem como objetivo fornecer produtos de Cannabis confiáveis e seguros e contribuir para a educação saudável da sociedade brasileira. 

Mesmo com o Brasil regularizando o uso medicinal da Cannabis para tratamentos diversos, o que mais afeta esse avanço no país, sem dúvidas, é a falta de informação dos pacientes e da classe médica.

As opiniões acerca do tema ainda é uma barreira que impede com que mais pessoas se beneficiem do uso de produtos com fins medicinais como o Canabidiol, usualmente conhecido como CBD.

A informação salva vidas

Foi essa a realidade que Fabrizio Postiglione encontrou ao voltar dos Estados Unidos, no final de 2018, após vivenciar uma vasta experiência no cultivo e elaboração de produtos canábicos. Embora desde 2015 a importação em regime excepcional estivesse liberada, ele sentiu na pele a burocracia e a necessidade de aprofundar a informação sobre o tema.

Seu pai estava com um quadro clínico grave, com diversos desdobramentos e ele começou a utilizar um óleo com alta concentração  em CBD e THC (medicamentos com Cannabis em sua composição) como aliado no tratamento convencional e constatou pessoalmente a melhora na qualidade de vida diante dos resultados proporcionados pelo uso destes fitocanabinoides presente na planta da Cannabis, seja no equilíbrio emocional e até mesmo como redução de dores decorrentes de vários sintomas.

No início, os médicos praticamente não davam atenção ou sequer entendiam a proposta do filho. “Depois de um tempo, uma das médicas foi a um congresso de combate a dor crônica e veio me contar das pesquisas que passou a ter conhecimento e mudou de postura em relação ao tema”, explica Postiglione, CEO da Health Tech ReMederi.

Essa situação pessoal serviu como gatilho para a criação da empresa ReMederi, que tem como principal objetivo garantir acessibilidade ao uso de produtos de cannabis com padrões farmacêuticos nos diversos tratamentos possíveis. “Nossa missão é mapear no mercado internacional quais as melhores soluções aderentes à legislação brasileira, negociar com os laboratórios a melhor condição financeira possível para baratear a importação, orientar os pacientes em todo o processo ANVISA de autorização de importação no regime excepcional, além de abastecer a classe médica de informações aprofundadas sobre o tema e fazer o elo com os pacientes que buscam tratamento”, detalha o executivo. 

Operação ativa

“Reunimos um time muito experiente e estamos respaldados em todas as partes sensíveis da operação”, ressalta Postiglione. Recentemente, a Health Tech ReMederi lançou o site onde médicos e pacientes podem se cadastrar para receber informações e conteúdos sobre Cannabis medicinal. Isso também vai orientar a empresa em quais remédios deve priorizar a importação. Nossa meta é ter 5 mil pessoas cadastradas até o final deste ano e já em Janeiro ter produto disponível para os pacientes atendidos pela nossa plataforma.

Dream team

Pode parecer uma operação logística trivial, mas não é, por isso a composição de um time extremamente competente e engajado se fazia essencial e há quase dois anos essa equipe vem se reunindo para o lançamento oficial da operação. No início, a única legislação vigente era a RDC 17/2015 extremamente rígida em relação aos critérios e para não ter nenhum problema em relação a esse processo Fabrizio trouxe para o time Dr Paulo Perrotti e Dr Fábio M. Giansante, responsáveis pelo jurídico, regulatório e operações. Além do Dr. Dalton Marquez, com experiência na regulamentação e mercado produtor de Cannabis medicinal europeu, para a área de desenvolvimento de negócios e comercial.

Também fez parte da idealização da ReMederi a jornalista e especialista em Marketing Digital Marcella Merigo, que também passou por uma experiência no segmento de Cannabis medicinal nos Estados Unidos. Por ter uma irmã com Síndrome de Down, ela tem grande familiaridade e interesse em ajudar pessoas com deficiência que podem ser beneficiadas com o tratamento.

Sempre com foco em trazer para o time pessoas impactadas diretamente ou indiretamente pelo CBD, trouxe o reforço do cineasta Jaime de Andrada Tostes Vinhaes Ozi, que tem caso de epilepsia na família e sabe exatamente do potencial de utilização do CBD no tratamento. Juntaram-se ainda o Dr Rafael Logatti, advogado entusiasta do tema e Gaston Lepera, uruguaio pioneiro das nos negócios da cannabis medicinal, responsável pela obtenção da primeira licença de cultivo medicinal na América Latina.

Mais informações: www.remederi.com.br

*Escrito por: Melissa Sayon

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